Lição 11 — 4.° trimestre de 2014
Apesar do título da lição, o tema do homem vestido de linho ocupa apenas um parágrafo, na seção II. Cuide para que as questões genéricas sobre os anjos não tomem tempo demais da aula e se transformem numa digressão. Na verdade, elas são até dispensáveis. Minha sugestão é que você desenvolva as semelhanças entre o homem vestido de linho e a visão de Cristo no Apocalipse e fale mais especificamente sobre Miguel e o príncipe da Pérsia.
Uma visão celestial (10.1-3)
Essa visão aconteceu quando povo de Israel já regressava do exílio, mas Daniel permaneceu na Pérsia, como explica Antônio Neves de Mesquita:
A visão do homem vestido de linho (10.4,5)/ Daniel é confortado por um anjo (10.10-12)
Um reforço à ideia de que o homem vestido de linho é Jesus Cristo, no comentário de Roy E. Swim:
O que se segue é o desvendar de um Ser glorioso a Daniel que nos faz lembrar o que o Apóstolo João viu na ilha de Patmos (Ap 1.10-20). Ao lado do rio Hidéquel (Tigre), Daniel viu um homem vestido de linho. Ali em Patmos, João viu alguém semelhante a um Filho do Homem vestido até aos pés de uma veste comprida. Ambos estavam cingidos com ouro. Ambos brilhavam da cabeça aos pés com uma luz sobrenatural. Ambos tinham olhos como chamas que brilhavam e falavam como a voz de uma multidão. A Pessoa que João viu identificou-se da seguinte forma: “Sou Aquele que Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre” (Ap 1.18). Quem poderia duvidar que Daniel viu em uma situação diferente o mesmo Ser, a Palavra Eterna?
Sobre o príncipe da Pérsia, estude os textos sugeridos pela Bíblia de estudo Dake:
Esse é o príncipe satânico ou governante do reino da Pérsia, aquele que dirige o reino da Pérsia, ou seja. Satanás, que é reconhecido nas Escrituras como sendo deus ou príncipe deste mundo, tendo usurpado o domínio do homem (Mt 4.8,9; 12.24-30; Jo 8.44; 12.31; 2 Co 4.4; Ef 2.2; 6.10-18; 1 Jo 3.8; Ap 12.7-12; 16.13- 16;20.1-10). Satanás possui demônios que são responsáveis por realizar sua vontade sobre as nações da terra. Ele procura atrapalhar os planos de Deus com relação ao cumprimento das profecias nos reinos do mundo. Deus também possui anjos que cumprem sua vontade e também fazem cumprir o que Ele profetizou com relação aos reinos deste mundo (v. 11-21; 11.1; 12.1). Por isso, acontecem nos céus as guerras entre estes dois grupos (v. 13,20,21; 11.1; 12.1; Jd 9; Ap 12.7-12). Os bons e os maus espíritos influenciam e procuram fazer a vontade de seus senhores não somente sobre os governos deste mundo, mas também individualmente, sobre a vida de cada ser humano (Mt 18.10; 2Co 10.4-6; Ef 2.2; 6.10-18; Hb 1.14; Jd 9). Satanás em pessoa está ativo ao longo da linha, procurando derrotar os propósitos de Deus na vida de seus filhos (1Cr 21.1; Jó 1.6; 2.1; Zc 3.1; Mt 4.1-11; 2Co 4.4; Ef 2.2; 6.10-18; 1Jo 3.8; Ap 12.12).
A Bíblia menciona apenas dois nomes de anjos: Gabriel e Miguel, este chamado “arcanjo” em Jd 9 e “príncipe” no livro de Daniel. Mas o livro apócrifo de 1Enoque, citado por Judas, menciona além desses dois anjos outros cinco. A relação dos sete anjos é esta, no trecho do referido livro, citado por Merril C. Tenney (grifo meu):
Estes são os nomes dos santos anjos que vigiam: Uriel … que está sobre o mundo e sobre o Tártaro; Rafael … que está sobre os espíritos dos homens; Raguel … que cuida do mundo dos luminares; Miguel … colocado sobre a melhor parte da humanidade e sobre o caos; Saraqael … sobre os espíritos que pecaram no espírito; Gabriel … sobre o paraíso, sobre as serpentes e os querubins; Remiel … a quem Deus colocou sobre aqueles que ressuscitam” (1 Enoque 20).
O mesmo Tenney traz as seguintes informações sobre Miguel:
[Miguel] quer dizer Quem é como Deus? Ele é um arcanjo (Dn 10.13.21; 12.1; Jd 9; Ap 12.7). A Bíblia também nomeia Gabriel como um anjo superior (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26). O livro apócrifo de Enoque nomeia Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel (9.1; 40.9) enumera sete arcanjos (20.1-7; cp. Tobias 12.15 [menciona Rafael]). A própria Escritura chama Miguel de “arcanjo” (Jd 9) e fala do “arcanjo” (1Ts 4.16) mais nunca de “arcanjos”. Daniel claramente relaciona Miguel a Israel como príncipe e guardião dos destinos daquela nação (10.21; 12.1). Durante o “tempo de angústia” sem precedente de Israel (12.1; cp. Jr 30.7; Mt 24.21), ele estará ativo para o bem estar da nação, quando Satanás estiver procurando destruí-la (Ap 12.7ss). Isto parece ser durante início da última parte do período de tribulação (12.7).
Talvez surja a discussão sobre o endeusamento de Gabriel em certos grupos pentecostais, especialmente os que têm o hábito de “orar no monte”. Sobre esse assunto, sugiro que você leia o meu artigo “Gabriel, o Cristo alternativo” (leia aqui).
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Lição 12 (aguarde).
Fonte: O Balido
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