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João 1.1-14
 Nesta Noite Santa, nós nos reunimos para celebrar o nascimento de Jesus. Natal é, entre muitas coisas, uma ocasião para focalizar o significado e o mistério de Jesus nascendo de uma mulher e se tornando um ser humano como nós. É um tempo a ser gasto em contemplar maravilhados e temer o Deus que se torna um ser humano na pessoa de Jesus Cristo, conforme palavras do Evangelho de João: "E o Verbo (Palavra) se fez carne e habitou entre nós" (1.14). Ao longo dos séculos, os teólogos da igreja chamaram esta humanização de Jesus de "a doutrina da Encarnação". Esta doutrina sempre foi um pouco controversa, porque sempre houve céticos que têm problemas com um Deus que se torna um ser humano, de carne e osso, como nós.

Como em tantas outras doutrinas e assuntos na vida da igreja, tenho observado que as pessoas não são convencidas sobre a verdade da Encarnação através do debate; mas, em geral, elas se convencem mais facilmente escutando uma história. Este é o caso, porque uma história pode não só tocar a mente e o intelecto, mas também o coração e a alma de uma pessoa. Assim, eu vou compartilhar com vocês o que eu acredito ser uma das histórias mais bonitas para nos ajudar a compreender a Encarnação de Cristo.

O filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard certa vez tentou descrever a encarnação de Deus em Cristo através desta história ilustrativa simples:

Um certo rei era muito rico. O seu poder era conhecido em todo o mundo. Mas ele era muito infeliz, porque não possuía uma esposa. Sem uma rainha, o imenso palácio ficava vazio.

Um dia, enquanto cavalgava pelas ruas de uma pequena aldeia, viu uma menina camponesa muito bonita. Tão adorável lhe pareceu ela que o coração do rei se apaixonou à primeira vista. Por isso, a quis mais que qualquer coisa que já tinha desejado. Nos dias subsequentes, ele passaria em frente à casa dela apenas na esperança de avistá-la outra vez.

O rei começou a fazer planos para conquistar o amor dela. Ele pensou: eu prepararei um decreto real e exigirei que ela seja trazida a mim para se tornar a rainha de minha terra. Mas, pensando melhor, ele percebeu que, sendo ela uma súdita, se sentiria forçada a obedecer. Assim, ele nunca poderia estar certo de que tinha conquistado o amor dela.

Então, ele disse a si mesmo: "Eu vou chamá-la pessoalmente. Vestirei o meu melhor traje real, usarei meus anéis de diamante, minha espada prateada, minhas reluzentes botas pretas e minha túnica mais colorida. Farei com que caia aos meus pés e se torne minha noiva". Mas, ponderando nestas coisas, chegou à conclusão que, se fizesse isso, nunca saberia se ela realmente tinha se casado com ele por amor ou por causa do poder e das riquezas que ele lhe poderia dar.

Então, ele decidiu vestir-se como um camponês, dirigir-se ao vilarejo, deixando, contudo, a sua carruagem fora de vista. Em disfarce, ele se aproximaria da casa dela. Mas, de alguma maneira a duplicidade deste plano não lhe agradou.

Afinal, ele decidiu o que fazer: Ele deixaria seu trono real. Ele iria para a aldeia e se tornaria um dos camponeses. Ele trabalharia e sofreria com eles. Ele se tornaria um camponês de fato. E foi isto que ele fez. Assim conquistou a sua esposa.1

Assim agiu Deus. Considere como ele poderia ganhar a humanidade. Ele poderia ter usado sua força, seu poder, sua autoridade. Mas ele queria mais do que a nossa obediência - ele queria o nosso coração. Por isso, Deus, em Cristo, se tornou um de nós. Ele se vestiu de carne humana para morar entre nós.

Em Jesus, Deus se encarnou - a Palavra se tornou carne e habitou entre nós. Jesus armou sua barraca entre nós. O mesmo Deus que criou o universo, se humilhou, nascendo na forma de um bebê minúsculo, em um estábulo, deitado em uma manjedoura e vivendo como um de nós, com todas as nossas limitações. Ele se privou de tudo, por amor de nós. Ele se tornou como um de nós, e veio viver entre nós, como o rei da historia de Kierkegard, que foi viver entre os camponeses, para ganhar o coração da jovem camponesa. Este é o melhor modo, a maneira mais eficiente de chamar a nossa atenção, de nos localizar e nos convencer do seu amor por nós.

No mundo de hoje, grupos de apoio de todos os tipos se tornaram muito populares. Há grupos de apoio para quase tudo e todo o mundo debaixo do sol. Há grupos de apoio para: as viúvas e viúvos que lamentam a perda dos seus cônjuges, alcoólatras, mães solteiras, meninos de rua, drogados, ou grupo que você quiser - há, em algum lugar, um grupo de apoio para isto. Por que todos estes grupos de apoio são tão importantes? Bem, principalmente porque a única pessoa que pode realmente alcançar um alcoólatra é outro alcoólatra; eles conhecem suas dificuldades por experiência própria, e podem oferecer o apoio que outros não podem dar.

Assim foi com Jesus, verdadeiro Deus, Criador de céu e terra, pleno de poder divino e sabedoria e liberdade; No entanto, por amor, ele escolheu ser um de nós, um ser palpável, um ser humano ao vivo; experimentando tudo o que nós experimentamos; caminhando conosco em nossos caminhos.

Esta é a mensagem do Natal: que Deus se tornou um de nós por amor ao gênero humano, para nos atrair para a família dele; nos reivindicar como seu povo, vivendo entre nós e nos mostrando como viver em amor a ele, ao nosso próximo e ao mundo inteiro. Jesus, o Verbo Eterno, se tornou carne, armou aqui a sua barraca, para viver entre nós.

Garth Wehrfritz-Hanson - Grace Lutheran Church, Medicine Hat
Tradução e adaptação: Renato Leonardo Regauer - 1 Cited from: James S. Hewett, Illustrations Unlimited (Wheaton, ILL: Tyndale House publishers, Inc., 1988), p. 303.

Sobre Unknown

Edilson Pereira é pregador do Evangelho há 20 anos, tendo ministrado a Palavra de Deus em vários estados do Brasil. O mesmo é Professor de EBD, Escritor e Blogueiro.
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