» » NÃO HÁ ENTRE OS HOMENS UM JUSTO

Miquéias 7:1-7
 
Amados irmãos no Senhor Jesus Cristo,

Vocês já perceberam que as pessoas ficam muito alegres e sorridentes quando recebem elogios? Vocês também perceberam que elas logo se fecham ou até ficam bravas quando recebem críticas? Comentários positivos são sempre bem-vindos. Tais comentários são como doces. Gostamos de ouvir de outros que fizemos um bom trabalho. Gostamos de perceber que o pessoal está gostando do nosso desempenho. Gostamos de ser valorizados, principalmente na presença de outros. Mas críticas é outra coisa. Ser acusado de uma falha ou de ter causado problemas, é difícil de engolir. Quando ofendemos o nosso próximo, quando deixamos de controlar a nossa língua, quando deixamos de cumprir um compromisso ou quando ferimos ou prejudicamos o nosso próximo, é muito difícil reconhecermos que a culpa é nossa. Não queremos de jeito nenhum que o nosso Ibope esteja caindo. Queremos ser considerados bonzinhos. É deste jeito que nos sentimos à vontade. Recebendo elogios, ficamos alegres e animados. Mas receber críticas causa vontade de ir embora, de largar tudo ou de partir para o ataque. Agora, sendo as coisas assim, a mensagem do catecismo é dura, muito dura mesmo. O catecismo afirma que "somos tão corrompidos que não podemos fazer bem algum e que somos inclinados a todo mal". Ou seja: Nenhum de vocês presta. Esta é a mensagem de Domingo 3. Esta mensagem não foi inventada por homens. Escutem por exemplo o que o profeta Miquéias disse: "Os homens bons desapareceram da terra. Não sobrou um homem reto sequer. Todos são assassinos, tentando destruir até mesmo seus irmãos" (Miquéias 7:2). Este atestado negativo não vem apenas do profeta Miquéias, mas procede da boca de Deus. O apóstolo Paulo, afirmou esse quadro tão triste e negativo: "Não há justo, nem sequer um., não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma si fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer" (Romanos 3:10-12). Então, irmãos, a palavra de Deus não deixa dúvida nenhuma: Todos são corrompidos; não há ninguém que preste. Todos são odiosos e incapazes de amar. A própria natureza humana não permite que seja feito bem algum. Agora, quem vai reconhecer isto? Quem vai reconhecer seus erros e falhas? Quem vai pedir desculpas a seu irmão?
Ninguém quer ficar para trás. Se o assunto é pecados, ou falhas, ou erros, ou crimes, a tendência é negar. A polícia ou o promotor pode mostrar um monte de provas incontestáveis de que alguém cometeu determinados crimes.
Ele pode até mostrar o resultado de um exame de DNA. Mesmo assim o indivíduo vai dizer, com a cara de pau, que não foi ele. Foi outro. Da mesma forma o juiz pode fazer perguntas sob juramento, para apurar a verdade. Mas o réu inventa uma versão diferente daquilo que aconteceu. Se a questão é culpa, o negócio é negar qualquer envolvimento. Todos minimizam a própria culpa.

Admitir e confessar, é humilhante demais. Claro então que a doutrina bíblica sobre a depravação total do homem é muito impopular. Quase todos rejeitam tal doutrina. No entanto, esta doutrina é cem por cento bíblica. É uma doutrina pura e verdadeira. A bíblia não deixa dúvidas que o homem não é mais aquele homem perfeito que viveu no paraíso. A Bíblia mostra em cada página que todos os homens carecem da glória de Deus. A realidade confirma isso: a história humana é um relato de inúmeros pecados e barbaridades.
Mesmo assim, há muitas igrejas evangélicas que não querem saber nada disto.

A maioria das igrejas evangélicas varrem a doutrina bíblica da depravação total do homem para debaixo do tapete. A maioria das igrejas evangélicas apenas ensinam que o crente convertido é bom e perfeito. Este ensino, não tem base bíblica. Pois a Bíblia não conhece nenhum crente perfeito, a não ser o próprio Senhor Jesus Cristo. Mas muitas igrejas assumiram uma posição diferente, querendo agradar aos homens. Pois é justamente isto que o homem quer ouvir. Ele quer ouvir que é bonzinho.

Vocês sabem que o homem é muito esperto. Uma das grandes qualidades que ele tem é inventar desculpas. Uma das grandes qualidades que ele tem é livrar-se da culpa que tem, lançando-a sobre outros. Na hora de encarar sua culpa, o homem vira as costas e aponta outros. É uma tática que todos nós gostamos de usar. Na hora de sermos acusados, começamos logo a falar sobre fulano de tal, que fez assim e assim. Principalmente gostamos de apontar a Deus: "Se fosse a vontade de Deus que eu viesse a ser uma pessoa diferente, por que então ele me criou do jeito que sou"? Desta forma muitos lançam a culpa sobre Deus, fugindo da própria responsabilidade. Esta desculpa é muito comum. Para justificar-se ou para justificar um comportamento errado, as pessoas falam logo de Deus. Aquele que é convidado para participar de um culto, mas já sabe que não vai, responde: "Eu vou, se Deus quiser". Desta forma as pessoas fogem da responsabilidade que têm, lançando de fato a culpa sobre Deus. "Se fosse a vontade de Deus, eu iria. Mas eu não fui, então não era a vontade de Deus". Isto é usar o nome de Deus em vão. Pois todos sabem muito bem a vontade de Deus. Mas poucos querem praticá-la. Os primeiros homens, Adão e Eva, já usaram o nome de Deus para tirar a responsabilidade deles mesmos. Quando Adão pecou, e comeu do fruto proibido, o SENHOR Deus lhe perguntou: "Adão, comeste da árvore de que te ordenei que não comesses" (Gênesis 3:11)? Como foi a resposta de Adão? Será que ele disse: "Perdão Senhor, tenha misericórdia de mim, pequei"? Será que ele admitiu o que fez?

Não, Adão, sendo muito esperto e não querendo passar em baixo, respondeu: "A mulher que tu me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi" (Gênesis 3:12). Ou seja: Senhor, a culpa não é minha, mas é tua! Pois se tu não me tivesse dado aquela mulher, eu não teria feito a besteira que fiz agora.
Irmãos, é certo pensar ou dizer que cabe a Deus evitar que cometamos erros e pecados? Se eu cometo prostituição, eu posso dizer que a culpa é de Deus, alegando que nada teria acontecido se Deus não tivesse colocado aquela mulher no meu caminho? Se eu roubo, eu posso dizer que a culpa é de Deus, alegando que nada teria acontecido se Deus me tivesse dado um emprego melhor? Se eu deixo de cultuar a Deus, eu posso dizer que a culpa é de Deus, pois se Deus me tivesse dado vontade de ir, eu teria ido? Não, tudo isso é bobagem. É blasfêmia. Qualquer tendência de jogar a culpa sobre Deus, é incredulidade e pura maldade. Deus criou o homem bom e à sua imagem (Domingo 3). "Viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" (Gênesis 1:31). Desde o início Deus deu ao homem todas as condições necessárias para viver em santidade e com alegria. Deus fez um trabalho perfeito quando criou o homem. Mas foi o próprio homem quem estragou a festa. O próprio homem se tornou rebelde. Foi ele quem desobedeceu a ordem de Deus. Então: A culpa é do homem. A culpa pela miséria que se encontra em nossa vida e neste mundo, é nossa.

Irmãos, o homem é esperto mesmo. Ele precisa encontrar apenas uma brechinha, e já consegue inventar novas desculpas para justificar-se. Quando Adão e Eva caíram, a queda deles teve conseqüências para todo o gênero humano. De fato, o pecado dos nossos primeiros pais Adão e Eva, afetou todo os seus descendentes. Mas sabem o que muitos dizem? "Adão e Eva pecaram. É problema deles. Eu não tenho nada a ver"! É mais uma tentativa de fugir da questão da culpa. Muitos apontam Adão e Eva como os responsáveis e os culpados pela miséria que existe neste mundo. Se eles não tivessem pecado, nós estaríamos no paraíso hoje. Mas é certo pensar assim? É certo lançar a culpa sobre Adão e Eva, lavando as suas próprias mãos? Vejam só! Adão e Eva não eram estrangeiros. Eles são nossos primeiros pais (Domingo 3). "De um só fez Deus todos os povos" (Atos 17:26). Desta forma dá para entender que Adão e Eva são os nossos primeiros pais. Nós temos a ver com eles. E os atos deles têm conseqüências para todos os seus descendentes. Quando eles desobedeceram e caíram, a natureza deles se tornou corrompida. No mesmo momento, nós caímos também, e a nossa natureza também ficou afetada e corrompida. Naquele momento quando Adão e Eva caíram, eles eram os nossos representantes. Depois dessa queda, a história ficou marcada. Uma fonte suja, não pode jorrar água limpa. Pais corrompidos não podem gerar filhos santos. "Quem pode da imundícia tirar coisa pura" (Jó 14:4)? Então, por isso não existem neste mundo pessoas puras e sem mácula. Pelo contrário, pela história da Adão e Eva, cada um de nós deveria reconhecer, que tem uma culpa de fato muito antiga e muito profunda. O nosso currículo de vida, é um currículo com manchas. O assim chamado pecado original de Adão e Eva, nos deixou corrompidos desde os primeiros segundos da nossa existência.

Mas irmãos, o homem é esperto, muito esperto mesmo! Quem quer assumir a culpa? Temos cabeças duras. Falando do pecado dos nossos primeiros pais Adão e Eva, muitos dizem: "Olha, eles pecaram, sim, mas o pecado deles foi coisa mínima. O que eles fizeram? Comerem uma maçã ou um jambo. Será que isto foi uma coisa tão séria. É preciso fazer tanta questão por uma besteirinha dessa"? Isto é mais uma tática que existe para negar aquilo que fizemos. É uma tática bem popular. "Eu roubei, sim, mas não é assim que todo o mundo está roubando? Eu roubei, sim, mas é pouca coisa. Vejam quanto roubou aquele homem ali. Se alguém merece ser punido, é ele, eu não"! Assim falamos muitas vezes. Apontamos homens que fizeram coisas bem piores do que nós. Desta forma tentamos arrumar justificativas para os nossos atos perversos. Desta forma tentamos salvar a nossa cara e escapar da vergonha e do castigo.

Queremos apresentar-nos como pessoas boas. Mas essa história, de apontar a culpa maior de outros, essa história de minimizar sua própria culpa, não vem de Deus. O que vem de Deus, é a palavra dele. O que Deus exige na sua palavra? Ele exige obediência, obediência de cada um de nós. No caso de Adão e Eva, que comerem do fruto proibido, Deus também tinha exigido obediência.
Deus tinha exigido que não comessem daquele fruto. Eles podiam comer qualquer fruto. Havia muitas árvores boas. Somente não podiam comer do fruto da árvore que estava no meio do jardim. E vejam bem! Deus não tinha dado nenhum outro mandamento. Era só isto. De fato foi muito pouco o que Deus exigiu. Mas justamente isto que Deus exigiu, eles não fizeram. Eles desobedeceram a palavra de Deus. Isto não era uma coisa muito grave? Isto não era motivo para Deus ficar muito irado contra Adão e Eva? O primeiro pecado, o pecado dos nossos primeiros pais Adão e Eva, foi um pecado muito grave. De fato, todos os pecados são graves. Não devemos minimizá-los.

Pecado é rebeldia contra Deus. Pecado, por mais inocente que parece, nos torna réus diante do tribunal de Deus.

Tirando agora uma conclusão:

Irmãos, não dá para negar a culpa que cada um tem diante de Deus. Cada um tem culpa, e a culpa de cada um têm raízes muito antigas. A palavra de Deus, faz questão de iluminar as nossas mentes, para que tenhamos consciência da nossa culpa. Isto, com certeza, não é nada agradável para nós. O agradável é receber elogios e ouvir o pastor dizendo que todos os crentes são santos e bonzinhos. Mas a verdade é outra, e preciso ser conhecida e reconhecida. A verdade é que ninguém presta. A verdade é que ninguém tem dignidade diante de Deus. O nosso desejo mais íntimo, não é obedecer a Deus, mas é fazer a nossa própria vontade. A nossa qualidade é pecar. É triste, mas é verdade. Por que precisamos saber e reconhecer tudo isto? Por que precisamos falar tanto da nossa miséria e culpa? Por que um sermão tão cheio de notícias desagradáveis sobre o nosso comportamento? Será que tudo isso é necessário? Sim. Temos que saber que a nossa salvação, a nossa justificação e a nossa santificação, não são merecimentos nossos, mas puramente presentes de Deus. Se nós pecadores, começamos a fazer boas obras, se os valores da palavra de Deus estão sendo resgatados em nossas vidas, isto certamente não vem de nós, mas de Deus. A nova vida, o novo nascimento, a conversão, a nova vontade de servir ao Senhor Jesus Cristo, tudo isto é dom gratuito de Deus. Tudo isto é operado em nós pelo Espírito Santo por pura graça. "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento", diz o Senhor. Como é que podemos receber a graça do Senhor se achamos que não temos culpa de nada? Como é que podemos entender isto, se achamos que somos bonzinhos? Como é que podemos glorificar a graça do Senhor, se nos consideramos pessoas sadias e perfeitas? É por isto irmãos que a palavra de Deus nos ensina, em cada página, que somos miseráveis pecadores, nada mais e nada menos. Se se acham coisas boas em nós, devemos agradecer humildemente a Deus. Pois as coisas boas, elas não vêm de nós. As coisas boas vêm de Deus, que é rico em misericórdia e que nos faz nascer de novo. É isto que temos que saber, pois é só assim que vai dar para sermos crentes humildes.

Amém.
sermao@grupos.com.br

Sobre Unknown

Edilson Pereira é pregador do Evangelho há 20 anos, tendo ministrado a Palavra de Deus em vários estados do Brasil. O mesmo é Professor de EBD, Escritor e Blogueiro.
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