Introdução
1. A mensagem desta noite baseia-se no livro de Oséias.
2. Contexto histórico: Oséias, profeta ao reino do norte, Israel (ou Efraim), formado por dez tribos. A menção dos reis de Judá – as duas tribos do sul – fazem-nos crer que ele também levava em conta a situação daquela nação.
3. Jeroboão II – fez o mal e fez Israel pecar (2 Rs 14.24).
4. Deus está descontente com o seu povo pela maneira como viraram as costas a seu amor.
5. Para expressar seus sentimentos ele usa duas ilustrações de relacionamento. Ele escolhe os dois relacionamentos humanos mais profundos e íntimos.
I. Relacionamento Esposa/Marido
1. Deus é um marido amoroso – “o Senhor ama os filhos de Israel” (3.1).
2. A resposta de Israel como esposa – infidelidade e adultério. “A nação é culpada do mais vergonhoso adultério por afastar-se do Senhor” (1.2b).
3. O adultério de Israel:
Instituição de reis – 8.4; 1 Sm 8.7,8
Adoção de ídolos – 8.5-7; 1 Rs 12.28-30
Estabelecimento de alianças – 8.8-10; 5.13
Construção de palácios e fortificações – 8.14
4. A ilustração viva – 1.2-9
Casamento de Oséias com uma mulher – Gômer – que se tornou adúltera.
Ela teve filhos dos relacionamentos adúlteros (2.4).
Jezreel – “Deus semeia”
Lo-Ruama – “Não amada”
Lo-Ami – “Não meu povo”
5. Reação de Deus – Indignação e condenação
A indignação de Deus – 2.2-8
A condenação de Deus – 2.9-13; 5.8-14
II. Relacionamento Filho/Pai
1. Durante dez capítulos Deus expressa o ciúme e a raiva de um marido desprezado, comparando Israel com uma mulher que tivesse casado com ele e depois vendesse seu corpo para outros amantes. Mas no capítulo 11, o tom se altera radicalmente.
“Quando Israel era menino eu o amei, e do Egito chamei o meu filho... fui eu quem ensinou a Efraim a andar, tomando-o nos braços; mas eles não perceberam que fui eu quem os curou. Eu os conduzi com laços de bondade humana e de amor; tirei do seu pescoço o jugo e me inclinei para alimenta-los” (11.1,3,4).
Esta lembrança move o coração de Deus em compaixão, que o faz gemer: “Como posso desistir de você, Israel? Como posso entregar você para outros?”.
Restaurar o relacionamento é a expectativa de Deus – 5.14-23.
III. Característica comum – Dependência
a. Obrigatória do filho para com o pai
1. Bebês dependem dos pais para satisfação de suas necessidades.
2. Pais desempenham tarefas desagradáveis para satisfazer as necessidades dos filhos. Ex.: ficar acordados a noite toda, limpar vômito, trocar fraldas, ensinar a usar o banheiro, etc.
3. Sem os pais os filhos morrem. Lembrança do Egito. Lembrança dos primeiros passos na vida cristã.
4. O esforço dos pais é levar os filhos da dependência à independência. A dependência deve fluir rumo à liberdade.
5. Sendo independentes, então se inicia um outro nível de relacionamento - Esposa/marido.
b. Voluntária da Esposa para com o Marido
1. Os cônjuges revertem este fluxo, já que possuem a liberdade e escolhem abrir mão dela. A Bíblia manda que se submetam um ao outro, e qualquer casal pode dizer que esta é a descrição acurada do processo cotidiano de viver juntos.
2. A romancista Elizabeth Barret Browning escreveu o seguinte soneto pouco antes de se casar com seu marido: E assim como o soldado derrotado depõe sua espada perante aquele que o ergue do solo ensangüentado – Assim mesmo, amado, eu, por fim,
Termino aqui minha luta. Se você me chamar,
Levantar-me-ei de meu abatimento ao ouvi-lo.
Aumente seu amor, para que meu valor cresça.
3. Em um casamento saudável, cada um se submete, voluntariamente, ao outro, em amor. Nos relacionamentos problemáticos, a submissão transforma-se em parte de uma luta, um cabo-de-guerra entre dois egos.
4. Deus sofre em Oséias porque o povo de Israel rompera o fluxo da dependência. No deserto ele alimentara Israel com o objetivo de transformá-lo em adulto, dando-lhe a liberdade da Terra Prometida. Mas o povo agarrou a liberdade, como um filho rebelde – como Gômer – desprezou-a, afastando-se de Deus. Israel nunca compreendeu o significado do casamento; nunca aprendeu a entregar-se voluntariamente, em amor, para Deus. Oséias registra a profunda tristeza de Deus, que queria uma esposa, mas só conseguiu encontrar uma filha imatura.
Conclusão
Como você se relaciona com Deus?
Como Filho dependente?
Amor imaturo – egoísta.
Dependência obrigatória – você não tem escolha.
Conformismo e legalismo.
Como Esposa submissa?
Amor maduro – altruísta.
Dependência voluntária – livre para escolher o melhor e o certo.
Correspondência e graça.
Pr. Alexandre Tempel
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