Data: 22 de Setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 10.10: Vida cristã transbordante (com abundância)
Terça - Fp 4.19: Deus supre as necessidades
Quarta - Mt 6.19-21,31-34: A confiança nos bens gera ansiedade
(34. Por isso, não fiquem preocupados com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã trará as suas próprias preocupações. Para cada dia bastam as suas próprias dificuldades) NTLH
Quinta - 1Tm 5.17,18: A igreja cuidando de seus líderes
(Pois as Escrituras Sagradas dizem: "Não amarre a boca do boi quando ele estiver pisando o trigo." E dizem ainda: "O trabalhador merece o seu salário.")
Sexta - Rm 15.25-27: Socorro material como prova de amor
Sábado - Fp 4.10-13: A fonte da nossa suficiência
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
NTLH
10 Na minha vida em união com o Senhor, fiquei muito alegre porque vocês mostraram de novo o cuidado que têm por mim. Não quero dizer que vocês tivessem deixado de cuidar de mim; é que não tiveram oportunidade de mostrar esse cuidado.
11 Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com o que tenho.
12 Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco.
13 Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação.
INTERAÇÃO
Professor, você tem sido generoso para com aqueles que servem a Deus e a igreja? Então não terá dificuldade alguma em ensinar a respeito do tema proposto para a aula de hoje: a generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Os irmãos de Filipos eram bem generosos. Eles enviaram os recursos que Paulo necessitava para sobreviver na prisão (4.10-20). Vivemos em uma sociedade marcada pelo egoísmo, todavia o crente tem em seu coração o amor de Cristo e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de socorro. Nossa oferta de amor para aqueles que realizam a obra de Deus revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos experimentado das dádivas divinas. Que não venhamos nos esquecer que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da providência divina.
• Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo em qualquer situação.
• Explicar a respeito da principal fonte de contentamento do cristão.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, reproduza no quadro de giz os dois tópicos abaixo. Utilize-os para introduzir a lição. Discuta com os alunos estes princípios. Explique que estas duas regras devem nortear a nossa doação em favor daqueles que trabalham na obra do Senhor:
• “Ao entregar uma oferta o valor não é o mais importante, mas sim a disposição de contribuir para o Reino”.
• “A doação deve ser como resposta a Cristo, e não pelas vantagens que podemos ter por fazê-lo. O modo como doamos reflete a nossa devoção ao Senhor” (Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD, p.1620).
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave. Generosidade: Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.
Na lição de hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20).
O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele, porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele (como é bom ser lembrado nas horas de dificuldade!).
I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos filipenses. A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu início (v.15). Agora, o apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10).
Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.
2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja. Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e muito sofrimento. Porém, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18).
Para que a generosidade seja manifesta exteriormente, o coração deve antes estar enriquecido de amor e compaixão sinceros para com aqueles que servem a Igreja. Dar de nós mesmos, e daquilo que temos, resulta em: suprimir as necessidades dos nossos irmãos obreiros que servem a igreja com abnegação e integridade; louvor e ações de graça a Deus(2Co 9:12); e amor recíproco da parte daqueles que recebem a ajuda(2Co 9:14).
3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros. Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem. Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo.
A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17).
A igreja, tal como a sociedade, é economicamente heterogênea, comporta pessoas de várias classes sociais; a visão filantrópica da prosperidade vem ao encontro dessa realidade, para minimizar os problemas da pobreza dos crentes. Note-se o que diz 1Co. 16.2 (“conforme a sua prosperidade”): quanto mais se tem, mais se deve doar, mais se deve ajudar os outros.
Em 1Co 9:11-18, Paulo escreveu que ele não aceitava ofertas da igreja coríntia porque ele não queria ser acusado de pregar somente para ganhar dinheiro. Mas Paulo ensinou que era uma responsabilidade da igreja sustentar os ministros de Deus, os missionários e os pastores que exercem com dedicação plena a liderança do rebanho de Deus – “Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9:13,14).
SINOPSE DO TÓPICO (I): Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno àqueles que a servem.
Pergunte aos alunos: Por que a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades?
II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo. O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5).
Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do Senhor.
Note-se que Paulo teve que aprender a contentar-se; as coisas boas sempre têm que ser aprendidas, cultivadas; as más não precisam, produzem-se espontaneamente; (ex: os espinhos não precisam ser cultivados, mas rosas têm que ser plantadas e tratadas.).
Contentar-se não tem nada a ver com a quantidade de bens que se possui, mas sim com o que está no coração da pessoa; há quem se contente tendo pouco; há quem não se contente, mesmo tendo muito; veja o exemplo de Acabe no episódio da vinha de Nabote (1Rs. 21.4); e o de Hamã (Et. 5.11-13).
Contentamento não é o mesmo que complacência, como também não é falsa paz com base na ignorância. O cristão complacente não se preocupa com os outros, enquanto o cristão contente deseja compartilhar suas bênçãos. O contentamento não é uma fuga da batalha, mas sim paz e confiança permanentes em meio à batalha.
É importante que os crentes percebam que o “contentamento” bíblico não significa uma acomodação em relação aos desafios da vida, nem tampouco um desinteresse por melhorar o crescimento profissional, educacional, etc. Trata-se de um estado de alma, que possuímos em Cristo tudo quanto nos é necessário para nossa alegria, paz e comunhão com Deus e os homens.
Pergunte aos alunos: Em que o contentamento de Paulo estava alicerçado?
2. “Sei estar abatido” (v.12). Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter abundância”. Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se. Precisamos acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer situação.
Talvez você esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam. Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor. Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia nos recomenda.
Duas palavras desse versículo são de importância crítica: "aprendi" e "contente". O verbo "aprender" refere-se a "aprender por experiência". Esse contentamento espiritual não era algo que ele havia assimilado imediatamente depois da conversão. O apóstolo teve de passar por várias experiências difíceis, a fim de aprender a viver contente.
O adjetivo "contente", na verdade, significa "contido, calmo". É a descrição de um homem cujos recursos encontram-se dentro dele, de modo que não precisa depender de substitutos externos.
3. O contentamento desfaz os extremismos. Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1Tm 5.18).
Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5). O ensino paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1Tm 6.6).
SINOPSE DO TÓPICO (II): O crente pode contentar-se em toda e qualquer situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades? Havia algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu ministério? Confie plenamente no Senhor!
- Aquele que me fortalece é, sem dúvida, Jesus; quanto a isso não há discussão neste texto. Então, tendo Jesus, podemos tudo? Podemos comprar uma casa nova, um carro novo, uma mansão, uma fazenda, um palácio, tudo? Podemos nos livrar de doenças e de todo tipo de adversidades? - Essa é a base da teoria do triunfalismo, que é uma teoria aparentada com a teoria da prosperidade. Segundo essa teoria, pobreza é falta de fé, já que podemos ter tudo, desde que estejamos naquele que me fortalece; então, se cremos em Jesus, podemos todas as coisas.
- Esse talvez seja o melhor exemplo de interpretação de texto bíblico fora do contexto que se conhece; e interpretação sem contexto é pretexto para se afirmar qualquer coisa. Nem sempre é fácil interpretar a Bíblia corretamente, de forma contextualizada; às vezes é difícil extrair o contexto do texto bíblico; às vezes é preciso ler todo o livro, ou até toda a Bíblia, para se extrair corretamente o contexto de um texto; Mas este nem é o caso do texto deste versículo; o contexto está evidente, basta lermos dois versículos anteriores e já veremos que não há a menor base bíblica para a teoria do triunfalismo; muito mais ainda se conhecermos toda a carta de Paulo aos filipenses, a história de Paulo, as circunstâncias em que ele escreveu esta carta e todo o contexto bíblico.
- Isto evidencia a má-fé dos que defendem a teoria do triunfalismo; não é simplesmente um erro de interpretação, um erro escusável, que possa ser atribuído a simples falta de conhecimento dos seus defensores; é pura e inescusável má-fé;
- Todos conhecemos a vida abnegada que Paulo sempre levou, desde que se encontrou com Cristo; ele sempre procurou o bem da igreja, em detrimento dele próprio; sofreu muitos e muitos revezes por pregar o Evangelho; trabalhou fazendo tendas para se sustentar (At. 18.3), que era um ofício pesado e pouco remunerador; foi preso e açoitado várias vezes; sofreu naufrágios, perseguições etc.; Jesus cumpriu na vida de Paulo, literalmente, o que havia prometido para Ananias em At. 9.16 (“eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”). Portanto, só por isso, achar que Paulo defenderia a ideia dos triunfalistas, ou que algum escrito seu seria base para essa ideia, é um verdadeiro absurdo.
- O que são “todas as coisas” neste versículo, se não as coisas descritas nos versículos anteriores, especialmente no v. 12? “Posso todas as coisas” é “posso estar abatido”, “posso ter abundância”, “posso ter fartura”, “posso ter fome”, “posso padecer necessidade”; isso os triunfalistas não dizem.
- Notem a tradução deste texto na NTLH (Nova Tradução na Linguagem de Hoje): “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Jesus nunca livrou Paulo dos sofrimentos, embora sempre estivesse com ele nesses momentos (ver, por exemplo, 2Tm. 4.16-17).
2. Cristo é a razão do contentamento. Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10).
O termo "providência" vem e duas palavras do latim: pro, "antes" e video, "ver". A providência de Deus significa, simplesmente, que Deus vê de antemão. Não quer dizer que Deus apenas sabe de antemão, pois envolve muito mais que mero conhecimento. É a obra que Deus realiza antecipadamente, ordenando as circunstâncias e situações de modo a cumprirem os propósitos divinos.
Essa é a providência de Deus: sua mão governando e predominando sobre as situações da vida. Paulo experimentou essa providência em sua vida e ministério e, por isso, escreveu: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28).
Em sua providência, Deus despertou o interesse da igreja de Filipos pelas necessidades de Paulo, e sua demonstração de afeto chegou no momento em que Paulo precisava mais de seu amor! Os filipenses preocupavam-se com o apóstolo, mas, até então, não haviam tido oportunidade de ajudar. Muitos cristãos de hoje têm a oportunidade, mas lhes falta o interesse de ajudar.
3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento. Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira roubaria a visão missionária do apóstolo.
Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós.
A expressão "tenho experiência", em Filipenses 4:12, possui sentido diferente do verbo "aprender" em Filipenses 4:11. "Ter experiência" significa "iniciado no segredo". O termo grego no original era usado pelas religiões pagãs com referência a seus "segredos mais íntimos". Por meio das tribulações e provações, Paulo foi "iniciado" no segredo maravilhoso do contentamento a despeito da pobreza ou da prosperidade.
"Tudo posso naquele [em Cristo] que me fortalece" (Fp 4:13). Era o poder de Cristo dentro dele que lhe dava contentamento espiritual.
Para Paulo, o cumprimento da missão que Jesus lhe tinha investido era fonte de seu contentamento. Pregar o Evangelho em toda parte era o seu objetivo precípuo; nenhuma dificuldade financeira, política ou social roubaria a sua visão missionária, o impediria de ganhar almas para o Reino de Deus – “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20:24). Paulo era um obreiro destemido e determinado, não se angustiava pela privação material e social, porque tinha plena confiança no provimento divino. A alegria do Senhor era a sua força (Ne 8:10).
SINOPSE DO TÓPICO (III): Cristo é a razão do contentamento, nossa alegria e força vêm dEle.
CONCLUSÃO
Aprendemos na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar privações. Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais. Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação.
Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida.
Diante do que foi exposto aqui nesta Aula, avigora-nos dizer que a obra missionária é um trabalho que exige um esforço conjunto da igreja e dos missionários. A cooperação é o melhor caminho para a realização da obra missionária. Paulo não poderia levar a cabo tudo o que fez sem o apoio e a ajuda da igreja filipense. Essa igreja deu-lhe suporte financeiro e sustentação espiritual. Aqueles que estão na linha de frente precisam ser encorajados pelos que ficam na retaguarda: "... porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais" (1Sm 30:24). Deus chama uns para irem ao campo missionário e aos demais para sustentar aqueles que vão. A sua igreja é uma igreja missionária qual a de Filipos? Caso não seja, infelizmente, ela perdeu a sua identidade original. Pense nisso!
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Graças pelo dom e comunhão deles. A principal razão para Paulo escrever a essa igreja e de estar agradecido por esses irmãos é a expressão concreta deles de apoio a ele (4.1-18). Essa igreja enviou um presente em dinheiro para auxiliar Paulo enquanto estava na prisão (4.10-18). Paulo chama esse presente de ‘comunicar’ com ele, usando a forma verbal (ekoinõsen, v.15) da palavra grega para comunhão (koinonia). Eles comungam com ele ao participar de seu ministério por meio dessa expressão concreta de amor e de preocupação. Paulo não esperava nem pretendia esse auxílio. Paulo aprendeu a se contentar seja qual fosse sua situação, quer na pobreza quer na abundância. Na verdade, quando Paulo escreve que pode todas as coisas por intermédio de Cristo que o fortalece (4.13), ele quer dizer que pode enfrentar todo tipo de circunstância ou situação financeira sem perder de vista o propósito de Deus para ele. Por isso, recebe o presente deles com gratidão, no qual ele diz ser ‘oferta de aroma suave’ a Deus (4.18 — NVI). A preocupação deles faz com que lhes assegure que Deus também cuida deles (4.19)’” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008, p.365).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Nos versos 15 e 16, Paulo alegremente relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram. Relembra os dias anteriores, quando o evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4). Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria como uma questão de ‘dar e receber’ (termos aproximadamente equivalente aos conceitos de débito e crédito). Paulo ‘deu’ o evangelho aos filipenses e ‘recebeu’ seu apoio. De fato, o verso 16 indica que por mais de uma vez enviaram sua assistência a Paulo antes que deixasse a Macedônia, enquanto ainda estava na cidade vizinha de Tessalônica (At 17.1-9). Os filipenses, por sua vez, ‘deram’ seu apoio material e moral a Paulo, tendo recebido a mensagem das boas novas e agido de acordo com esta.
No versículo 17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base para favores futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da recompensa que terão por associarem-se a ele na obra de Deus é expressa em termos financeiros. Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos (literalmente ‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A reciprocidade do Amor Cristão
“Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; [...] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.30,31). Estes dois mandamentos eram o estrado da prática cristã na Igreja do Primeiro Século. Eles aparecem implicitamente na porção escrita pelo apóstolo Paulo. Antes o apóstolo havia ordenado aos filipenses a regozijarem-se, mas agora ele é quem se regozija em Deus pela atitude amorosa dos irmãos para com a sua vida. Esses crentes, através das ofertas, supriram a necessidade do apóstolo dos gentios.
O amor mútuo e profundo dos irmãos filipenses pelo o apóstolo Paulo era forjado nas raias do sofrimento. A alegria de Paulo não se deu pelo valor da oferta, mas por aquilo que ela significava. Não era uma oferta negociada pelas regras comerciais e de mercado, mas geradas pelo amor recíproco da comunidade de Filipos para com seu pai na fé. Este ato de amor faz o apóstolo reviver reminiscências entre ele e os filipenses. Como sofreram juntos pelo o amor do Evangelho! Caminharam dia e noite objetivando demonstrar a verdade que gera vida. Ao receber a oferta de amor da igreja tais recordações explodiram como bomba no coração do apóstolo.
O apóstolo não se turbava porque através da demonstração de amor dos seus filhos na fé, ele compreendia que o próprio Cristo o fortalecera no amor partilhado pelos seus irmãos. Paulo vivia uma vida de grande contentamento em Deus, pois no amor recíproco ele sente-se recompensado por Deus em tudo. O contentamento de Paulo o faz jamais elevar a sua voz para murmurar das circunstâncias que lhe rodeavam. Ele compreende e aceita a vocação de padecer por amor ao Evangelho.
Interessante ressaltar que, apesar de Paulo receber ofertas dos irmãos de Filipos, a sua confiança não está nelas, pois o apóstolo estava instruído em tudo, seja no abatimento, seja na abundância; a ter fartura como a passar fome. Esta experiência não o permitia a dissimular e ser avarento. O apóstolo tinha decidido há muito deixar o conforto do farisaísmo para padecer por Cristo. Ele bem sabia o que isto representava. Por isso, Paulo tinha outro olhar quando recebia a oferta de amor dos filipenses. Não para o dinheiro, mas para motivação amorosa que se escondia por de trás daquele ato filipense.
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Edilson Pereira é pregador do Evangelho há 20 anos, tendo ministrado a Palavra de Deus em vários estados do Brasil. O mesmo é Professor de EBD, Escritor e Blogueiro.
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