O PRESBITERO, BISPO OU ANCIÃO
Nas igrejas do primeiro século, havia em
cada uma delas, uma pluralidade de anciãos (presbíteros), cujas funções
eram equivalentes (At 14.23). Estes anciãos eram também chamados de
pastores (Ef. 4.11) e bispos (Fp 1.1; Tt 1.5-7). A autoridade que eles
exerciam não ultrapassava os limites da Igreja local. Jesus Cristo era o
único Bispo, o Supremo Pastor sobre todas as igrejas (1Pe 5.4).
No segundo e terceiro séculos foi-se desenvolvendo a ideia de um posto congregacional separado e acima do pastor.
O ocupante do cargo mais elevado se
chamava bispo, em sentido diferente do nome usado nas Escrituras (Tt
1.5-7; 1Pe 5.1-4) para designar todos os anciãos. Mais tarde, foi feita
outra adaptação na organização das igrejas e o bispo tornou-se o chefe
de diversas igrejas compreendidas numa determinada zona. Por exemplo, o
bispo da Igreja de Antioquia estava acima da autoridade do pastor de
qualquer igreja situada na área dessa cidade.
Nessa altura, todos os bispos ainda
tinham poderes equivalentes, pois, por exemplo, o bispo de Roma não
tinha mais autoridade do que o bispo de Antioquia. Os bispos
metropolitanos prestavam serviços nas capitais de certas províncias.
Mais tarde, os bispos das Igrejas em Alexandria, Jerusalém, Roma,
Antioquia e Constantinopla tornaram-se mais poderosos e transformaram-se
em patriarcas, porém cada um tinha jurisdição apenas sobre a sua
diocese.
Os anciãos, presbíteros ou bispos das
igrejas primitivas eram moderadores ou pastores, escolhidos segundo o
costume da sinagoga. Acredita-se que, desde o princípio, fossem eleitos
pelo povo e, depois de aprovados pelos apóstolos, eram empossados com
oração e imposição de mãos. Como pastores, seu trabalho consistia em:
exercer vigilância espiritual sobre o povo, visitar os doentes, cuidar
dos pobres
e estrangeiros; manter a disciplina nas
assembleias religiosas; ensinar e administrar os negócios da congregação
em cooperação com os diáconos. No Novo Testamento os três títulos (heb.
ancião; gr. presbítero; lat. bispo), são usados indistintamente para o
cargo de pastor. Isto se explica pelo fato de que havia cristãos entre
os judeus, gregos e romanos. Assim aconteceu até 150 d.C. quando, pela
primeira vez, os presbíteros eram subordinados aos bispos.
BISPO (gr.
superintendente). No Novo Testamento, é um dos superintendentes de uma
igreja; sinônimo de presbítero ou ancião. No segundo século, o dirigente
ou moderador distinguiu-se como o primus inter pares(isto
é, o primeiro entre seus iguais), entre seus co-anciãos, exercendo
simultaneamente a superintendência com a instrução da igreja; por isso o
nome de bispo veio a ser usado somente para designar essa pessoa”.
Oficiais eclesiásticos com denominação
distintiva são pela primeira vez encontrados nos anciãos de Jerusalém,
os quais receberam dons (At 11.30) e participaram do Concílio (At 15.6).
Esse ofício foi provavelmente copiado do presbitério das sinagogas
judaicas; pois a própria Igreja é chamada de Sinagoga em Tiago 2.2, e os
anciãos judaicos, aparentemente ordenados por imposição de mãos, eram
os responsáveis pela manutenção da disciplina, com o poder de desligar
os que desobedecessem à lei. O presbitério cristão, todavia, sendo um
ministério evangélico, adquiriu deveres adicionais para pastorear (Tg
5.14; 1Pd 5.1-3) e para pregar (1Tm 5.17).
Foram ordenados anciãos para todas as
igrejas da Ásia Menor por Paulo e Barnabé (At 14.23), enquanto que Tito
foi exortado a fazer o mesmo em relação às igrejas de Creta (Tt 1.5); e
embora os distúrbios em Corinto possam sugerir que uma democracia mais
completa prevalecia naquela congregação (1Co 14.26), o padrão geral de
governo eclesiástico na época apostólica parece ter sido uma junta de
anciãos ou pastores, possivelmente aumentada por profetas e mestres, que
governavam cada uma das congregações locais, tendo os diáconos como
ajudantes da administração, e contando com a superintendência geral da
Igreja inteira provida pelos apóstolos e evangelistas.
PRESBITERIANISMO
Regime de governo eclesiástico onde a
igreja adere à tradição teológica reformada (calvinista) e que possui
sua organização caracterizada pelo governo de uma assembleia de
presbíteros. Este regime está baseado nos seguintes princípios:
[a] Um bispo é o cargo mais elevado da
Igreja (não há patriarca ou Papa acima dos bispos). Bispo, ancião ou
presbítero são termos sinônimos. Bispo descreve a função do ancião
(literalmente, inspetor) e não a maturidade do oficial.
[b] A função do ministério da palavra de
Deus e a administração dos sacramentos é ordinariamente atribuída ao
pastor em cada congregação (igreja) local. As congregações são núcleos
dependentes da igreja local.
[c] A administração da ordenação e
legislação está a cargo das assembleias de presbíteros, entre os quais
os ministros e outros anciãos são participantes de igual importância.
Estas assembleias são chamadas “concílios”.
[d] Todas as pessoas são sacerdotes,
preocupado com a sua própria salvação, em nome dos quais os anciãos são
chamados a servir pelo assentimento da congregação (sacerdócio de todos
os crentes).
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